segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O justo viverá pela sua fé!

Estátua do Profeta Habacuque
O conflito e triunfo final da fé

     O livro de Habacuque apresenta o quadro de um homem de Deus, embaraçado com a aparente tolerância de Deus pela iniqüidade que vivia a nação israelita em sua época (aproximadamente 600 a.C.). O profeta está rodeado por todos os lados da injustiça triunfante e não castigada.  A princípio seu clamor pelo julgamento, aparentemente não é ouvido por Deus.  Quando, finalmente, pe respondida a sua oração e pronunciado o julgamento, ele fica ainda mais surpreso, porque os agentes do julgamento de Deus, são os caldeus, um povo mais ímpio e mais digno de castigo do que suas vítimas.  Habacuque está cheio de dúvidas.  Mas, ao levar sua inquietação a Deus, logo se dissipa, o qual, o apresenta uma solução dos problemas de sua época, resumida na declaração que é o coração do livro: “O justo viverá pela sua fé” (Hb 2. 4). 

Isto quer dizer que, por mais horrível e tenebroso que se apresente o futuro e por mais triunfante que pareça o mal, o justo não deve julgar pelas aparências, mas sim pela Palavra de Deus.

       Embora os ímpios vivam e prosperem nas suas impiedades e os justos sofram, estes últimos devem viver uma vida de fidelidade e confiança com Deus, ou seja, pela fé. O profeta muito aprendeu com esta lição, porque, embora sua profecia comece com mistérios, perguntas e dúvidas, termina com certeza e afirmações de fé, o qual, se resume da seguinte maneira: o conflito e triunfo final da fé.
  
Autor
  
        Praticamente nada se sabe a respeito de Habacuque, a não ser, o que se pode deduzir de tradições contraditórias.  De 3. 1,19, conclui-se que era levita e participava da música no templo.  Como Naum predisse a destruição da nação Assíria e Obadias a de Edom, assim Habacuque profetizou a queda do império Caldeu.  Sendo que ele fala do poder crescente da última nação mencionada, e da iminência da sua invasão de Judá, conclui-se que Habacuque profetizou durante os reinados de Jeoacaz (rei de Judá, II Reis 23. 31, chamado Salum, Jeremias 22. 11)  e Jeoaquim (II Reis 23. 34; 23. 36 a 24. 17).

 Conteúdo
  
I.                   O conflito da fé (Caps. 1,  2).
II.                O triunfo da fé (Cap. 3).
   

I.                   O conflito da fé (Caps. 1, 2)  

  1. O Primeiro conflito de Habacuque (1. 1 ao 14).  O profeta vê a impiedade e a violência por todos os lados; a lei violada e os justos perseguidos.  Clama ao Senhor para que castigue Judá por causa desta condição, mas aparentemente o seu clamor não é ouvido.  Ele formula a sua inquietação nestas palavras: “Até quando, Senhor, clamarei eu e Tu não me escutarás?  Gritar-te-ei: Violência! E não me salvarás?”
  2. A primeira resposta de Deus (1.  5 ao 11).  Embora algumas vezes, pareça que Deus mantenha silêncio e seja indiferente, no entanto, está agindo.  No tempo próprio castigará ao ímpio Judá, usando os terríveis Caldeus como seus agentes.
  3. O segundo conflito do profeta (1. 12 – 2.1).  O primeiro problema está respondido trazendo solução; Deus punirá os malfeitores de Sião, trazendo sobre eles os ferozes Caldeus.  Mas esta solução sugere outro problema para Habacuque.  Vendo o orgulho, a falsa confiança e o poder destrutivo dos invasores, ele não consegue compreender por que Deus castigaria seu povo por meio de uma nação ainda menos justa do que a sua (1. 13).  Muito embora o Senhor tenha ordenado aos Caldeus que castiguem o sei povo (1. 12), será que é a vontade Dele, que é puro demais para contemplar a iniqüidade (v. 13), que essa nação humilhe Judá tão desapiedadamente quanto as outras nações? (vv. 14 ao 17).
  4. A segunda resposta de Deus (2. 2 ao 5).  Muito embora os Caldeus tivessem sido ordenados por Deus para executar o juízo sobre Judá, no seu orgulho arrogante excederam, todavia, todavia, à sua missão (2. 4ª).  Muito embora os ímpios, representados pelos Caldeus, prosperem na sua iniqüidade, e sofram os justos, estes últimos têm de viver por meio de uma vida de fidelidade a Deus, uma vida inspirada pela fé nas suas promessas e Sua justiça (2. 4b).  Embora Deus usasse os Caldeus como flagelo sobre o seu povo, não ficariam, contudo, impunes (vv. 5 ao 20).  O profeta há de escrever a profecia da derrota final dos Caldeus e colocá-la onde todos poderão lê-la (2. 2).  Muito embora o cumprimento da Palavra de Deus possa retardar-se, os justos têm de esperá-lo pacientemente, confiando em Deus e na Sua promessa (2. 3).
      II.                O triunfo da fé (Cap.  3).
   
  1. No princípio, o profeta indaga por quer Deus parecia dilatar o juízo sobre os ímpios dentre seu povo (1. 2,3).  Agora, tendo ouvido a sentença do Senhor, teme e ora para que Ele repita, a favor de seu povo,  Sua obra de libertação como antigamente, e que se recorde da Sua misericórdia em meio ao castigo (3. 1,2).
  2. Ele apresenta um quadro vivo do procedimento de Deus, nos dias passados, para salvar o seu povo, dando a entender que a Sua misericórdia anterior para com Israel seja uma garantia da Sua misericórdia para com eles (vv. 3 ao 16).
  3. Habacuque aprendeu a lição de fé.  Sejam quais forem as circunstâncias dele ou de seu povo; por mais horrível, tenebroso e sem esperança que seja o futuro, ele regozijar-se-á no Senhor, no Deus da sua salvação (vv. 17 ao 19).
     O justo viverá pela sua fé” (Habacuque 2. 4).  A mensagem de esperança, que Deus deu a Habacuque, aparentemente, se repete quatro vezes nas escrituras sagradas:

Habacuque 2.4; Romanos 1.17; Gálatas 3.11; Hebreus 10.38

      Quando o Espírito de Deus repete com freqüência uma mensagem, esta apelando, para que tenhamos especial atenção naquilo que está nos dizendo ou ensinando.

    Uma doutrina declarada com tanta freqüência deve ser de primeira importância.  Uma doutrina declarada com tanta freqüência deve ser pregada constantemente.  Uma doutrina declarada com tanta freqüência significa que, cada um dos ouvintes, deve dar especial atenção, e recebê-la sem a menor hesitação.

      Aquele que é perdoado e vivificado pelo sangue de Jesus vive daí em diante exclusivamente pela fé.  Vive pela fé, em todas as condições.  Na alegria e na tristeza; na riqueza e na pobreza; na força e na fraqueza; no labor ou no abatimento; na vida ou na morte.  Vive melhor quando a fé está em melhor condição, muito embora, em outros aspectos, possa ser severamente provado.

      Ao ler a declaração sobra a fé, no livro de Hebreus (11.1,6), ao qual, nos mostra a vida, a atitude e postura dos heróis bíblicos baseada na fé, e, ao estudarmos o significado da palavra fé, alcançamos maior compreensão sobre o que Deus quer nos dizer.

 Hebreus 11. 1
   
       Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem (Revista e Corrigida).

      A fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos (N.V.I.).

 Hebreus 11. 6

       Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e, e que, É galardoador dos que o Buscam (Revista e Corrigida).

      Sem fé é impossível agradar a Deus, pois, quem Dele se aproxima precisar crer que Ele existe, e que, recompensa aqueles que o Buscam (N.V.I.).
  

       Nos textos originais encontram-se duas palavras no grego, a primeira é “pistis”, seu principal significado é a convicção concernente a Deus e Sua Palavra e o relacionamento do crente com Ele.

      A segunda é “pistos”, ao qual, tem seu significado no sentido ativo, exemplo: São crentes em Deus, ou, credes em Deus.

       Também significa: leal, fiel fidelidade, fidedigno, afirmar com segurança ou certeza, firmeza na execução de uma promessa ou compromisso, convicção fundamentada no ouvir, confiança, crença, ou seja, fé é crer!

        Ao lermos com maior precisão a Bíblia, será observado que a Palavra de Deus não contém repetições, mas, aparentes repetições, pois, o contexto muda a cada aparente repetição.

     No primeiro texto (Habacuque 2. 4) apresenta a fé como algo que capacita o homem a viver em paz e humildade, conquanto a promessa ainda não tenha chegado a se cumprir.  Enquanto esperamos vivemos pela fé.  Desse modo, somos capazes de resistir em face dos triunfos temporais dos maus.  Somos reservados da impaciência orgulhosa em face da demora.

        O segundo texto (Romanos 1. 17) apresenta a fé como algo que opera a salvação do mal que há no mundo, mediante a lascívia (sensualidade, algo que nos desvia atenção através dos desejos).  Esta passagem nos apresenta terrível visão da natureza humana, e significa que somente a fé na Palavra de Deus pode trazer-nos esclarecimentos espirituais, no que concerne ao verdadeiro Deus (Romanos 1. 19 ao 23).

      Nosso terceiro texto (Gálatas 3. 11) apresenta a fé como o principal agente que nos traz justificação, que nos salva da sentença de morte, mostrando-nos com clareza que ninguém é justificado diante de Deus pelas suas próprias obras, mas, exclusivamente pela fé em Deus (Efésios 2. 8,9).

        Já o quarto texto (Hebreus 10. 38) apresenta a fé como a perseverança determinada, firme e inabalável diante das aflições da vida a espera de uma promessa, e também na espera da volta do Senhor, na esperança de uma vida ao Seu lado no céu.  Mostra-nos que a ausência de fé nos leva a retroceder.

      Há necessidade de fé, enquanto aguardamos o céu (Hebreus 10.32 ao 36), pois, a ausência da mesma seria um indicio fatal. Esse retrocesso jamais pode ocorrer, pois, a fé salva a alma de todos os riscos, mantendo seus olhos voltados até o fim para o céu.

   Que podeis fazer vós, que não tendes fé?
    De que outros modos podem ser aceitos por Deus?
    Em que base podeis desculpar vossa descrença em vosso Deus?
    Perecereis, antes de crerdes Nele?
  
       No Talmude (doutrina e jurisprudência da lei mosaica) os judeus têm essa declaração: “Toda a lei foi dada por Moisés, no Sinai, em seiscentos e treze preceitos”.  Davi, no Salmo 15, os reduz a onze.  Isaías os reduz a seis (33.15).  Miquéias, a três (6.8).  Isaías novamente reduz a dois (5.6).  Habacuque, a este: “O justo viverá pela fé”.

        A alma é a vida do corpo. A fé é a vida da alma. Cristo é a vida da fé.

    Crer em Deus não é coisa de somenos; é o indício de um coração reconciliado com Deus, e o sinal da verdadeira espiritualidade.  É a essência da verdadeira adoração, e a raiz da obediência sincera.  Aquele que crê em Deus, a despeito de seus pecados, presta-Lhe maior honra do que querubins e serafins, em sua contínua adoração.

       Pequena coisa é a fé!  Como é, então, que a descrença é crime tão grande que está marcada para a reprovação, como mal condenatório, que exclui os homens do céu?  Seja lá o que for que ponhas em segundo lugar, dá a fé à primazia.  Ela não é coisa vã, pois é a tua vida.     


            O justo viverá pela sua fé!


Por Elton S Pereira

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