E circundarás a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal
do concerto entre Mim e vós; o filho de oito dias, pois, será
circuncidado; todo macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o
comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. Com
efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro;
e estrangeiro o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho
com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será
extirpada dos seus povos; quebrantou o Meu concerto.
Gênesis 17.11-14
Introdução

Historicamente, a circuncisão ritual é ainda mais antiga,
sendo praticada há milênios por povos de todos os continentes. Há registros
egípcios da prática da circuncisão há mais de 6.000 anos. Historiadores
defendem a tese de que provavelmente o costume remonta a pré-história e, assim,
todas as causas antropológicas a ele atribuídas são sempre tropológicas (significa
emprego de linguagem figurada, em sentido de volta, mudança de conceito no uso)
ou conjeturais. Essas explicações mencionam mais frequentemente o desejo de
oferecer a alguma divindade um sacrifício que exprima reconhecimento de poder
divino sobre a reprodução. Seria, portanto, um rito de fertilidade e um
sacrifício de castração simbólica, onde uma parte da genitália é poupada pela
submissão ao poder divino.
![]() |
Circuncisão Egípcia: Saqqarah |
A circuncisão era a cirurgia mais comum em Israel. Todos os
meninos, ao completar oito dias de vida, eram submetidos a essa operação, que
consistia na remoção do prepúcio, mesmo que esse oitavo dia de vida caísse em
um Sábado (João 7.22,23). Todo o povo israelita tinha de ser
circuncidado. Caso um gentio decidisse se naturalizar Israelita ou caso se convertesse
ao judaísmo, teria de se submeter à circuncisão (Exemplo dos siquemitas que se submeteram a esse
rito, Gênesis 34.24). Até hoje, os
judeus e alguns gentios ainda praticam a circuncisão!
A seguir responderemos as perguntas frequentes que surgem
quando se lê a respeito da circuncisão no Velho Testamento, visando uma maior
elucidação dentro deste assunto:
O que é circuncisão? De
que maneira era executada a circuncisão?
Qual o significado da circuncisão?
E a questão mais notória neste assunto é: o porquê a circuncisão deveria
ser feita no oitavo dia de vida de um recém-nascido?
O que é circuncisão?
A circuncisão (“circum” que significa “em volta”, e “cisão” que significa “corte”) nada mais é do que uma pequena
cirurgia, onde se retira o excesso de pele do pênis, chamada “prepúcio”,
procedimento muito parecido com uma operação de fimose. Na Pequena Enciclopédia
Bíblica, de O.S. Boyer, “circuncisão” define-se como cerimônia
religiosa dos judeus e também de muçulmanos, que consiste em cortar o prepúcio
dos neófitos (pessoa que recém-iniciada a uma determinada religião).
De que maneira era executada a circuncisão?
A circuncisão era realizada com uma pedra afiada (Êxodo 4.25; Josué 5.3). O procedimento
consistia em se afiar uma pedra sobre outra pedra lisa, o que provocava também grande
aquecimento da pedra, auxiliando assim, na assepsia do procedimento, evitando também
futuras inflamações. Apesar da idéia de
um objeto grosseiro, na verdade podia ser um instrumento de corte afiadíssimo. Com o tempo, foram criadas facas de pedras,
mas, já no tempo de Jesus a circuncisão era realizada com facas de metal, e não
mais com pedras afiadas!
Qual o significado da circuncisão?
A circuncisão do Antigo Testamento era um símbolo que
antevia a Cristo e a circuncisão que Ele (Jesus) faria no coração carnal: “Circuncidais, pois, o prepúcio do vosso
coração e não endureçais a vossa cerviz” (Deuteronômio 10.16). “Circuncidai-vos
para o Senhor e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e
habitantes de Jerusalém, para que a minha indignação não venha a sair como fogo
e arda de modo que não haja quem a apague, por causa da malícia das vossas
obras” (Jeremias 4.4).
O que foi cumprida em Cristo no Novo Testamento: “Em Cristo fostes circuncidados, não por
intermédio de mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o
despojar da carne pecaminosa” (Colossenses
2.11). “Sendo assim, fazei morrer
tudo o que pertence a natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixão,
vontades más e a ganância, que também é idolatria. [...]Nelas também andastes
no passado, quando ainda vivíeis com esses hábitos, mas agora, livrai-vos de
tudo isso: raiva, ódio, maldade, difamação, palavras indecentes do falar. Não
mintais uns aos outros, pois já vos
despistes do velho homem com suas atitudes, e vos revestistes do novo homem, que se renova para o pleno
conhecimento segundo a imagem Daquele que o criou;[...]” (Colossenses 3.5-10). Demais passagens sobre a simbologia real da
circuncisão e seu cumprimento profético em Cristo: Levítico 26.41; Deuteronômio
10.16; Jeremias 4.4; Romanos 2.29; Filipenses 3.3.
Assim como Deus exigiu a circuncisão aos judeus, também hoje
exige de nós a “circuncisão de Cristo”, o que significa que “nos
despimos do velho homem” com suas emoções de “ira, paixão, maledicência”
e egocentrismo.
Em obediência a esse costume o Senhor Jesus foi circuncidado
ao oitavo dia de vida (Lucas 2.21). Assim
também como João Batista (Lucas 1.59).
A circuncisão teve um papel importante na vida do jovem Timóteo (Atos 16.3). Seu pai era grego e sua mãe
judia. Paulo prevendo que Timóteo teria problemas na obra missionária, devido
os judeus locais, resolveu o submeter a esse costume. Também Paulo testemunha ter sido submetido à
circuncisão no oitavo dia de vida (Filipenses
3.5). Mas, a circuncisão foi posta
de lado no Evangelho, precisamente no Concílio de Jerusalém, onde foi levantada
a idéia de que, para um gentio tornar-se cristão, tinha que ser judeu. E para
ser judeu, tinha que ser circuncidado. Neste Concílio realizado em Jerusalém, foi
deliberado que os gentios não precisariam observar as leis judaicas, não sendo
assim, obrigados a se submeterem a prática da circuncisão (Atos 15.1-29), o que cooperou para um grande avanço na história da
Igreja!
Por que a circuncisão deveria ser feita no oitavo dia
de vida de um recém-nascido?
Em novembro de 1946, um artigo do Jornal da Associação
Americana de Medicina mostrou uma lista das razões que tornam aconselhável a
circuncisão dos meninos recém-nascidos ao oitavo dia de vida. O artigo
apresentado pelos doutores Emmett Holt e Rustim McIntosh afirmam que um bebê
recém-nascido tem “suscetibilidade
peculiar à perda de sangue entre o segundo e quinto dia de vida... Hemorragias nesta época, embora
inconsequentes, são as vezes extensas; elas podem produzir sérios danos nos
órgãos internos, especialmente no cérebro, e causam a morte por choque e falta
de sangue”. Observou-se que a tendência à hemorragia deve-se ao fato de que
o importante elemento coagulador do sangue, a “vitamina K”, não é formada na quantidade certa, antes do quinto e
sétimo dia de vida. Se a vitamina K não é manufaturada no aparelho intestinal
do bebê, antes do quinto ao sétimo dias, é claro que o primeiro dia seguro para
se fazer a circuncisão seria o “oitavo
dia”, o mesmo dia que o Senhor ordenou a Abraão que circuncidasse a Isaque!
Um segundo elemento também é necessário ao coagulador normal
do sangue é a “protrombina”. Um
diagrama baseado em informações discutidas em Holt Pediatrics revela que no
terceiro dia de vida de um bebê, a protrombina disponível corresponde a apenas
30% do normal. Qualquer operação cirúrgica realizada em um bebê durante este
tempo, o predisporia a sérias hemorragias. Também foi descoberto que a
protrombina eleva-se no oitavo dia de vida, a um nível bem maior do que o
normal, 110%. Depois ele desce a 100%. Parece que um bebê de oito dias de vida
tem mais protrombina do que qualquer dia de sua vida toda. Levando-se em conta
a consideração da vitamina K e determinações da protrombina, observamos que o
dia perfeito para realizar a circuncisão é o oitavo dia de vida!
Resumindo, a ciência medica descobriu que na maioria dos
recém-nascidos, só por volta do oitavo dia é que o fígado já esta produzindo “vitamina K” em quantidade suficiente
para que ocorra a coagulação do sangue e que a “protrombina” se eleva a um nível superior a 100%. Permitindo assim a circuncisão do
recém-nascido de maneira segura do ponto de vista médico!
Será que os antigos judeus sabiam disso? Eles aprenderam isso por experiência, por
revelação divina, ou o dia da circuncisão foi determinado ao acaso? Hoje em dia
usa-se dar aos bebês doses dessa vitamina (K), para que possam ser
circuncidados imediatamente (Gênesis 17.12; Lucas 1.58-61; João 7.22,23).
Benefícios da Circuncisão
As descobertas da ciência – com 4.000 anos de atraso
As descobertas da ciência a respeito dos benefícios da
circuncisão ainda vão mais longe. No
começo de 1900, o Dr.Hiram N.Wineberg, enquanto estudava o registro dos
pacientes do Hospital Monte Sinai de Nova Yorque, observou, com uma comparação,
que as mulheres israelitas estavam comparativamente livres do câncer do útero.
Era uma descoberta espantosa! Ali estava um grupo que havia sofrido bem menos
que as outras mulheres. Seguindo esta indicação, o Dr. Ira I. Kaplan e seus
assistentes estudaram suas fichas dos pacientes do Hospital Bellevue de Nova
Yorque e ficaram assombrados com a escassez de câncer uterino entre as mulheres
judias. Em 1949, os ginecologistas da Clínica Mayo observaram que em 568 casos
consecutivos de câncer uterino, não
havia uma única judia (israelita) entre as vitimas. Sete por cento das
admissões na Clínica Mayo são judias e seria de se esperar que 7% em 568, ou 40
judias, tivessem câncer uterino. Em vez disso, não havia um único caso!
Em 1954, em um grande estudo em 86.214 mulheres, em Boston,
observou-se que o câncer do útero em mulheres não judias era oito vezes e meia
mais frequente do que em mulheres judias. Levando-se em conta a comparação, por
que as mulheres israelitas estão comparativamente livres do câncer uterino?
Pesquisadores médicos agora concordam que esta imunidade espetacular resulta da prática da circuncisão em
homens judeus – que foi instruída por ordem de Deus a Abraão há 4.000 anos!
Um grande número de estudos mostrou o fato de que a
incidência do câncer no útero não se deve a fatores como raça, comida ou
ambiente, mas sim a “circuncisão”.
Outros estudos convenientes foram feitos na Índia. Embora os povos
daquele país tenham bases raciais semelhantes, comam o mesmo tipo de comida e
vivam no mesmo clima e ambiente, a população se divide em dois grupos
religiosos. Aqueles que adoram a Maomé, também um descendente de Abraão,
praticam a circuncisão. Entre este grupo, há uma incidência bem mais baixa de
câncer uterino, do que entre outras mulheres da mesma raça, que comem a mesma
comida e vivem no mesmo ambiente.
A ciência médica reconhece o fato, mas infelizmente o
público geral ainda desconhece o valor da circuncisão. A explicação para isso é
que os homens não circuncidados (que não eliminam o excesso de pele sobre o
pênis) não podem executar uma limpeza adequada de maneira e eficiente. Como
resultado, muitas bactérias virulentas poderão crescer profusamente, entre elas
o “bacilo Smegma”, produtor de
câncer. Durante a relação sexual, estas
bactérias são depositadas no colo do útero. Se a membrana mucosa do colo do
útero esta intacta, não há danos. Entretanto, se existem lacerações, como
frequentemente aparecem após o nascimento das crianças, estas bactérias podem
causar irritações consideráveis. Já que toda a parte do corpo é sujeita a
irritação, é suscetível o câncer, é perfeitamente compreensível por que o
câncer uterino desenvolve-se em mulheres, cujos esposos não são circuncidados.
Estas bactérias não só produzem câncer nas mulheres, mas
também irritam o órgão masculino, podendo causar câncer no pênis. A extrema
raridade do câncer no pênis dos homens circuncisos é demonstrada pelo fato de
que quase nãos e tem registros. Assim, podemos dizer que a circuncisão é uma
“profilaxia” quase perfeita contra este câncer mortal.
A ciência não chegou a esta conclusão como resultado de uma
série de descobertas de laboratório; mas foi levada por um longo conjunto de
estatísticas – estatísticas que existiram somente porque, através dos anos,
muitas gerações de judeus foram fiéis ao mandamento que Deus deu a seu pai
Abraão (Gênesis 17.10-14).
A circuncisão de Cristo
Para os cristãos que não estão sujeitos a circuncisão “carnal”, mas sim a “espiritual” (em Cristo), é promovida uma libertação do domínio de emoções
negativas, tais como a ira, paixões desenfreadas, que causam tensões. Esta
circuncisão em Cristo é de grande vantagem para o homem cristão, já que estas
emoções são claramente reconhecidas por modernos psiquiatras como causa ou
agravantes da maioria das enfermidades, que algumas autoridades dizem ser a
causa de todas as doenças!
Enquanto a circuncisão física evita dois tipos fatais de
câncer, a circuncisão espiritual feita por Cristo, de nossa natureza má, evita
um número muito maior de doenças importantes. A circuncisão do corpo prevê a
circuncisão do espírito. A circuncisão do corpo não é exigida aos cristãos de
hoje, porque antevia uma circuncisão maior, realizada por Cristo na mente e
coração dos homens. “Quem
é de Cristo, crucificou a sua velha natureza com tudo o que amava e cobiçava”
(Gálatas 5.24). Somente quando esta cirurgia divina for realizada, poderá o
homem desfrutar as promessas do Pai celestial – “nenhuma enfermidade”!
Conclusão
Algumas pessoas duvidam dos milagres com os quais Deus
protegeu os israelitas durante as pragas do Egito, e como secou o Mar Vermelho,
para que escapassem da escravidão. Porém estes milagres são pequenos,
comparados às orientações miraculosas dadas por Deus, as quais salvaram os
israelitas e outros das pragas, epidemias e câncer, por muitos séculos.
Deus em sua infinita sabedoria, visando a saúde do povo
escolhido (Israel), deu instruções, e ordenanças, que não só vislumbrava a
Cristo, como também cooperava para o bem estar de Seu povo!
Não é por acaso que o Senhor Jesus disse em João 13.7: “[...]Você
não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde porém, entenderá”.
Bibliografia
Bíblia Sagrada
(Versões: King James; João F. de Almeida; NVI)
Pequena Enciclopédia Bíblica, O.S.Boyer
Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos, William L.Coleman
A Provisão Divina para a Saúde, S.I.McMillen M.D.
Dicionário da Vida Sexual, Vol.1
Estudo, pesquisa e organização temática de informações por
Elton S Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário